Idealizado em Porto Alegre, Dia da Consciência Negra completa 50 anos em 2021
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Publicado em 19/11/2021

Inconformados com a situação dos negros no Brasil, quatro jovens propuseram, na Porto Alegre de 1971, que houvesse um dia no calendário para a população refletir sobre a questão racial. Foi na capital gaúcha que eles idealizaram, há 50 anos, o Dia da Consciência Negra, data que virou referência em todo o país. Antônio Carlos Cortês, Oliveira Silveira , Vilmar Nunes e Ilmo da Silva, fundadores do grupo Palmares, não concordavam com o 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura,  e consideravam que 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, simbolizava com justiça a luta dos negros pela liberdade total.

Em um 20 de novembro, eles foram ao clube Marcílio Dias, no bairro Menino Deus, conversar com cerca de 20 pessoas sobre a necessidade de parar de celebrar o dia em que Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. O argumento era de que, depois daquele ato, os negros até deixaram de ser formalmente escravizados, mas foram jogados em um limbo, sem garantia de trabalho e sem incentivo para os estudos.

Único vivo dos quatro idealizadores do Dia da Consciência Negra, Cortês, hoje com 72 anos, ainda fala com ímpeto sobre o descaso ao qual os negros foram relegados a partir de 13 de maio de 1888.

— Os negros que construíram a economia do Brasil, que colaboraram na indústria do café, da cana-de-açúcar, das charqueadas, seriam jogados na rua da amargura como vagabundos. Então nós defendemos a tese de que teríamos que dizer não ao 13 de maio de Princesa Isabel e sim ao 20 de novembro de Zumbi dos Palmares, porque lá no Quilombo dos Palmares houve uma república de negros e índios libertos.

Passados cinquenta anos, o Dia da Consciência Negra entrou para o calendário por força de uma lei federal, promulgada em 2011 por Dilma Rousseff, mas, contrariando um desejo dos movimentos sociais, ainda não virou feriado nacional.

 

 

 

Thank you for watchinEm um 20 de novembro, eles foram ao clube Marcílio Dias, no bairro Menino Deus, conversar com cerca de 20 pessoas sobre a necessidade de parar de celebrar o dia em que Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. O argumento era de que, depois daquele ato, os negros até deixaram de ser formalmente escravizados, mas foram jogados em um limbo, sem garantia de trabalho e sem incentivo para os estudos. 

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